domingo, 4 de julho de 2010

Nuances nuas, abstratas
Falta, vazio, solidão
Quimera, infelicidade vã
Algo me falta e eu nem sei precisar
Mas sei que preciso deste algo que me foge
É um vazio tão completo, tão completo que me preenche.
Todo um sentido lógico me faz sublime diante de tudo o que vivo
Metamorfoses, metas, metástases, todas espalhadas
Não espalhei nada no chão de giz.
Preferi continuar na viagem da solidão
Agora só eu, o condutor de minha vida
Tão pobre e sem sentido
Danço uma valsa abstrata e carrego no meu colo os meus sentimentos
Apoio minha cabeça em meu ombro por falta de um ombro adequado
A camisa de Vênus não faz sentido, nada faz sentido.
Queria estar preso somente a minha loucura
Queria estar preso a uma poesia fajuta que teimo em escrever
Mas nasci livre, estou livre, não consigo manter-me nas amarras
Nem as correntes fazem sentido
No fim das contas, me batizo no purgatório e pergunto aos deuses:
Valeu a pena?

Bruno Sampaio.

Um comentário:

  1. O homem, me parece , nunca vai resolver o paradoxo interno entre optar ou não pela liberdade, em pagar ou não o preço da solidão para conhecer a si mesmo e completar ou não o vazio que o homem mesmo cria. Preenche a ti mesmo.

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